domingo, 28 de fevereiro de 2010

chovimento

“lá fora está chovendo
mas assim mesmo eu vou correndo
só pra ver o meu amor”

“chove chuva, chove sem parar”

“chove lá fora
e aqui tá tanto frio
me dá vontade de saber”...

wilson simonal, ben jor, lobão
entre outros e eu
aqui
surfando nas ondas da confluência

ser poeta é como surfar
muitos poetas numa onda só
cada um à sua maneira

é o negócio da vida
afetar a gente
muitas vezes culminando
no milagre da confluência

o negócio é que a chuva choveu lá fora
e o seu chio veio parar aqui dentro
chiou no meu hiato
no meu olfato
no meu palato
e no meu paletó

aí eu chamei o seu chaulim
pra jogar um charmelódicozim
na letrinha que eu fiz para aquele
sonzim de cha cha da chuva

chove chuva
lava o vento
chora chuva
leva o tempo

a chuva chega no chão
chiando fritura na frigideira
fervura na chaleira
chocalho na canção

a chuva chega no chão
cheirando à terra na poeira
choro na goteira
água chocando o grão

chove chuva
lava o vento
chora chuva
leva o tempo

2 comentários:

Anônimo disse...

Truco!!! Amei... Os seus versos estão levitando de acordo com o sentido das palavras.

Maíra disse...

E prepare-se:

Em breve o som do chovimento!