quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sessão Nostalgia

Armação Ilimitada

Por WALLACE CARVALHO

"Armação Ilimitada" estreou, em 1985, retratando uma geração que crescia ávida por democracia, mas que queria se ver retratada em sua essência na TV. Super criativo, o seriado marcou pela ousadia ao fazer uso da linguagem dos videoclipes e abusar de referências à cultura pop, em plena década de 80. O programa desmistificava as produções televisivas. A qualquer instante o público poderia ser surpreendido com um personagem criticando o roteiro ou avisando aos telespectadores que determinada cena seria interrompida por falta de recursos.

Armação_Ilimitada2

As aventuras dos amigos de infância, Juba (Kadu Moliterno) e Lula (André Di Biase), da jornalista Zelda (Andréia Beltrão) e do menino Bacana (Jonas Torres) conquistaram os brasileiros. Na trama, os surfistas – sócios em uma empresa prestadora de serviços, eram apaixonados pela mesma mulher: Zelda, que não conseguia escolher entre os dois. Para preservar a amizade, a dupla resolve dividir a namorada. O trio decide então adotar Bacana, que fora abandonado pelos pais.

Para Nilson Xavier, autor do "Almanaque da Telenovela Brasileira", o programa apresentou uma nova forma de se fazer humor na TV. "Mais inteligente, anárquico, que revolucionou toda uma escola de humoristas, usando gags criativas, atraindo atenção dos jovens”, explicou. Como por exemplo, as tarjas pretas que cobriam o corpo nu de Andréia em cena, quando o áudio era suspenso por causa de um palavrão dito no episódio ou quando surgiam balões com símbolos cifrados sobre a cabeça de algum personagem.

Em 1985, o programa ganhou o prêmio Ondas de melhor série. O troféu, concedido pela Sociedade Espanhola de Televisão, era considerado o Oscar europeu da TV. o seriado deixou de ser exibido em dezembro de 1988, após quatro temporadas.

Um comentário:

Cristiane disse...

Que saudade! Apesar de ter apenas entre 5 e 8 anos eu sempre assitia nos finais de tarde. Era a Malhação da década de 80.