sexta-feira, 12 de março de 2010

Cultura, Cidade e Cidadania

Uma assembléia com 1600 pessoas, sendo 800 delegados e delegadas
da sociedade civil representando cidadãos de mais de 3000 municípios brasileiros na conferência nacional de número 67 desde que o governo Lula inaugurou uma democracia nunca antes vivenciada na história deste país. Na plenária, o pesquisador e funcionário público da cultura Bernardo Machado, redator do texto-base da CNC. Deu vontade dar um beijo nele.

E numa das conferências estaduais, no Pará, perguntaram a um ribeirinho pra que serve a conferência de cultura. Na resposta, ele dá uma aula sobre a sabedoria presente na simplicidade do povo brasileiro: “serve pra conferir se a cultura está funcionando nos conformes”. Melhor síntese impossível!

Entre divergências e convergências saudáveis para o crescimento da democracia brasileira, discussões civilizadas propõem políticas públicas de cultura para o crescimento de um setor que somente agora chega a 1% do orçamento da União. Parece pouco, mas é outro feito inédito no Brasil, esta nação que caminha para tornar-se a quinta economia do mundo.

Para arrematar o dia, a abertura oficial no Teatro Nacional de Brasília com um discurso singular e extrovertido daqueles que só o Presidente Lula sabe fazer, o Ministro da Cultura Juca Ferreira dando uma aula de gestão pública democrática e sem dirigismo cultural. E por fim, a Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Roussef preparando a cama ... (será que ela conseguirá deitar-se?)

No entanto, tudo isso foi entremeado cuidadosa e brilhantemente por belíssimas intervenções artísticas de enorme bom gosto e qualidade, simbolizando a riqueza e a diversidade do caldeirão cultural brasileiro: Antônio Nóbrega, Chico César, Zezé Mota, Maurício Tizumba, Sérgio Pererê, artistas circenses, acrobatas, poetas e etcéteras. Para encerrar a noite e o meu jejum involuntário de quase 12 horas, Mônica Salmaso antes do coquetel.

Como testemunha privilegiada de um espetáculo político e estético de democracia para o desenvolvimento nacional da cultura, euzinho, a quem meus conterrâneos araguarinos confiaram a nobre tarefa de representá-los em Belo Horizonte e agora aqui, representando também meu estado. Nessas duas instâncias (estadual e nacional), por mais diversas que sejam, a comunicação ainda é possível, pois há uma língua em comum entre os interessados da cultura.

Difícil é ver a gestão pública da cultura na minha cidade afundar um pouquinho a cada dia e sentir-me tão impotente diante daqueles governantes, que estão mais perdidos do que cego em tiroteio no terreno da cultura no município (sem falar dos demais terrenos). E o pior, não fazem a mínima questão de serem ajudados por pessoas que já demonstraram conhecer do assunto e trabalham voluntariamente pelo interesse comum há mais de cinco anos com o simples e puro desejo de ver o jardim da sua casa comum florescer.

"e esperar pelos frutos no quintal ..."

3 comentários:

Unknown disse...

É incrível poder participar desse movimento estrondoso que vem tomando pé cada dia mais nesse país.
É incrível, e difícil poder testemunhar a insistencia de certos políticos em tentar afundar o que muitos tem trabalhado tanto para construir.
Mas, é incrível, ver que, hoje, não será tão fácil para certos políticos se livrar dessa insistencia, porque tem alguns que não só plantam a semente, mas acompanham cada passo dessa germinação até a colheita e insistem na próxima safra.
Vamos lá, agora o próximo passo é a Teia Brasil 2010 e o Encontro Nacional dos Pontos de Cultura.

Ivan Ribeiro disse...

Assisti o finalziho da abertura do presidente. Falou muito bem. É fantástico o movimento (mobilização) que está acontecendo nesse país!
Arrebenta aí Marquim!

Anônimo disse...

Minha vó já dizia: água mole em pedra dura tanto bate até que fura!
Mais que um saber popular existe nessa expressão algo de esperança, perseverança, de crença...
Creio que nesse momento histórico e diante desse quadro magnífico apresentado em Brasília, a gente ganha força pra lutar onde ainda não brotou a semente de uma cultura participativa e democrática. Estamos no caminho!
Francine (EMCANTAR)